E o primeiro contato que teve com a tal terapia foi indicação de uma “especialista” no assunto.
Afinal, o pai de sua filha, preocupado com o medo constante da menina, resolveu procurar ajuda e, na primeira conversa trocada, entre marido e terapeuta, decidiram que o medo era dela, e era tanto que passou a tal praga para a filha – assim, como se fosse uma doença – daquelas bem contagiosas.
E de medrosa que era, aceitou a “ajuda”.
Começou então a terapia naquela “especialista” e a filha foi para uma outra psicóloga. Sim, essa outra, uma psicóloga: benção.
E por duas vezes na semana ela subia aquela rampa íngreme que a levava ao consultório e sentia um peso, como se estivesse empurrando seu próprio corpo, mas como se fosse outro que o conduzia.
Sentava no tal divã – e até o fim do “tratamento”, ela se recusou a deitar naquele lugar. Pensava: posso ser medrosa, mas não louca, acho loucura virar as costas para alguém e falar e falar.
Então sentada, de frente para a “especialista”, ela teimava em “conversar”. Só que a fulana doutora, sempre desviava o olhar.
Em momentos de maior lucidez, ali na tal terapia, ela pensava: por que a “especialista” tem medo de enfrentar o meu olhar?
Ela desejava uma conversa, fazer perguntas e tentar respostas; abominava os monossílabos emitidos pela “doutora”.
Mas seguiu em frente: tudo para enfrentar e vencer os medos e se tornar uma pessoa melhor, uma mulher fascinante, quem sabe, e uma mãe mais segura e confiante.
Ao ir embora, no que ela descia a tal rampa, pensava: o que estou fazendo aqui nesse lugar? Que vontade de jogar tudo isso fora. Que merda!!!
Aquela “especialista” não dizia nada, a não ser: “bom-dia, como passou de ontem?” e, “sua hora terminou”. Sempre, as duas frases, ali, decoradas, sem nenhuma emoção e com a mesma entonação ou a falta dela, melhor dizer.

Os meses se passaram e ela continuou na tal terapia. Desanimada, sem sentir grandes melhoras e com certa antipatia da chata da terapeuta que vivia de boca calada e sorriso imbecil, ela desistiu de prosseguir o tal "tratamento".
Mais algum tempo se passou e, afinal, um dia descobriu que seu marido tinha medos, vários medos; medo não, pavor, pavor de fazer provas, por exemplo; ele suava as mãos e não respondia as questões que pareciam e eram fáceis; ela descobriu também que o seu marido tinha pavor de andar de carona num carro qualquer; que ele tinha medo de mudar, principalmente, mudar de paradigma, qualquer paradigma.
Ao mesmo tempo, ela descobriu igualmente, que a tal “especialista” usou informações que ela lhe passou, para conquistar aquele homem – por quem havia se apaixonado –, um outro homem, sem ser seu marido. Na tal terapia ela dizia, inclusive, do medo desse amor que surgiu em sua vida de mulher-certinha-fiel-senhora-bem-casada-mãe-dedicada.

E só depois de alguns anos é que ela descobriu que o peso da subida da rampa era o desejo que tinha de levar seu marido medroso a se tratar e... a vontade de sumir que sentia, ao descer a maldita, era o desejo de picar em miúdos a tal “especialista”, de sorriso falso e usurpadora de informações alheias. Uma bandidinha!!!
Se pudesse, ela colocaria os dois – marido e “especialista” – sabedores da verdade alheia, da sua verdade, ali, deitados naquele divã, a lhe contar e despir os medos e falcatruas que vivenciavam.

Como não pôde, e já se descobriu corajosa, além de ética, só balança a cabeça e pensa: coitados... eles enredaram uma história falsa; crendo verdadeira por certo, mas que só ela descobriu as falhas das falas, do enredo e dos personagens.
Ela agora poderia subir e descer, com leveza, aquela rampa rústica, ou qualquer uma outra, sem medos fabricados - só os verdadeiros - e sabedora das limitações do seu eu.
E hoje, prefere contar seus temores aos amigos, aqueles que têm, apenas como especialidade, o dom de ouvir – e de bem-querer e que compreendem a vida, assim como ela: sem isenção do medo... mas sempre em busca da verdade....
x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x
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Uma boa quinta-feira para todos vocês, pois nas quintas, não sei se sabem, é dia de despertar a "escritorinha" que há dentro de cada um de nós..

19 deixaram-se | comente |:

  1. Unknown disse...

    HUMPF
    mil vezes HUMPF
    ja te disse como eu acho perfeito como vc nos envolve em suas narrativas ne Rosaninha, coisa linda
    Agora eu não sei, eu sempre tive um medo de nçao conseguir me expressar muito bem..
    odeio falta de etica, principalmente medica
    de certa forma vc se entrega para esse profissionais..
    a se vc eu eu denunciava ela..
    fazia ela perder a carteria.
    não sei acho que sou meio criança nesses aspectos de revidar..
    mas fiquei tristinha com a historia
    :(
    volto mais tarde para comentar maisssssssss
    beijos Rosanita  

  2. Unknown disse...

    E eu vou encontrando cada vez mais motivos de admiração por esta mulher!
    Bjo de bom-dia/boa-tarde, pessoas!!!  

  3. Anônimo disse...

    Vieram... vieram...
    É que me sentia tão só, nesse divã...rs
    beijos pessoas lindas!!
    Volte, Paulinha, volte!!
    E cadê meu filhote? hummm!!!  

  4. Unknown disse...

    è verdade.. a imagem do diva ta lindo, com essamusiquinah então, mas sozinah não daaaaaaaaaaaaa
    vamos sentar todo mundo juntinho e conversar e ver o tempo passarrrrrrrrr
    beijocas
    o Giga ta muito abandonado!!!
    saudades da Mahhhh  

  5. Anônimo disse...

    Gente!
    A mainha virou uma escritora e tanto!!!

    Mas que vaca essa especialista, né não???
    E a ética desse ser???

    Dá até pra gente pensar que não existem pessoas assim, só nos contos, não é mesmo minha gente???
    rss  

  6. Anônimo disse...

    Mainha!!!

    Escreve uns contos eróticos também???
    Vão ficar tão LASCIVOS!
    ADORO!


    lálálálálálá  

  7. Anônimo disse...

    Concordo com a Paula.. O Giga tá abandonado...

    ANONIMO-ANONIMO  

  8. Anônimo disse...

    Oi Ro,
    Caracas, que história! Se um negócio deste acontecesse comigo, creio que denunciava esta "charlatã" fantasiada de profissional médica...Oportunismo e falta de ética é exemplo pra bandido e não pra gente de bem.
    Quer saber? Ando tão discrente de tanta coisa deste mundo "formal", onde a inversão de valores corre solta que resolvo minhas "charadas e ciladas" da vida com os amigos verdadeiros: nos dão colo no cansaço da vida e dos amores...rs e sorriem e dançam felizes conosco na beleza de instantes...
    Show de conto, menina, solte a escritora envolvente, espontânea, de narrativa fluente e espirituosa que há na Rosana...rs. Beijos, Vânia.  

  9. Anônimo disse...

    Conto erótico???
    UAUUU, boa idéia, junto as minhas poucas experiências -afinal sou moça pudica e de nada sei, com alguma criatividade e possíveis desejos, dará um bom caldo.
    .
    Owww anônimo, só pode dar palpite depois de comentar, saca???
    Hoje é quinta e eu mando nessa joça!
    hehe
    beijos pessoas... vou lá, pegar no ferro!!!
    ...

    .
    Genteeeeee, eu tô com saudades da Mahhhhhhh, muitas!!  

  10. Anônimo disse...

    Vixe, errão de português...rs
    Oportunismo e falta de ética SÃO EXEMPLOS....rs.
    Desculpe-me!  

  11. Anônimo disse...

    Mainha vai pegar no ferro e se prepara para um conto erótico!
    Urruuulllll!!!

    ai, essa foi péssima...
    rss  

  12. Anônimo disse...

    Pô!! Foi mal!!

    Gostei do conto!! Muito bom!!

    São os péssimos profissionais que mancham a classe toda!!

    ANONIMO - O RETORNO  

  13. Unknown disse...

    Aaaaaaaaaahhh!!!

    pq ninguem me apresentou o anonimo???

    tsc.. eu soi a rejeitada daqui.. sou sim...


    Rosaninhaaaaa.. um dia quando eu crescer vou saber fazer isso... ok.. talvez não......ok com certeza não... mas hmm nem custa tentar até lá...


    o giga ta abandonado??? mas o giga num era o ôto?? Oo


    p.s.:isso me lembra q a paulinha disse uma vez que seria minha terapeuta =(
    tratante =P  

  14. Unknown disse...

    Huahauahauhauahau
    contos eroticos
    a rosaninah vai escrever naqueles livrinhos sabrina, júlia e bianca
    tem uma coleção nova que chama momentos intimos
    a rosaninah vai pegar no ferro quente
    gente eu nunca consegueria escrever assim.. talvez um conto de terror quem sabe
    e anonimo vc é um gato, ou gata
    eu ti amo demais hahahaha vc concordou comigo e como eu sou carente eu amo quem concorda comigo e aceita as coisas que eu falo
    repressão
    Nanizinha, eu sou sua terapeuta sim, mas toda vez que eu te dava um conselho vc não seguia assim fica dificil pô
    beijãooooooooo  

  15. Anônimo disse...

    Eita que esse babado deu ibope.
    Minha amiga Vânia apareceu, uuaauuu, que chique de mim.
    Nanizinha também.
    O Anônimo - retorno- gente, penso que esse babado de divã e a possibilidade de um conto erótico mexeu com a libido do povo.
    .
    Filhote, pensando aqui no próximo conto, esse - Paulinha, olha só, ERÓTICO.
    .
    "Ajeitou as roupas todas separadas, por tipos e cores, a organização a deixava de certa forma mais animada. Pegou no ferro, mas estava tão quente. Pensou: sozinha, vou tirar um pouco essa roupa e iniciou o trabalho.
    Em meio a lucubração pensou ter ouvido um barulho... atenta, atiçou todos os sentidos e... aquele cheiro, era ele chegando.
    .
    CALMA, GENTE... NADA DE EJACULAÇÃO PRECOCE... HAHAHAHAHAH

    .
    AI QUE EU NÃO PRESTO!!!!  

  16. Unknown disse...

    hauhauahauahau
    sem comentarios
    ela usou a parte do ferro quente
    gente vou falar isso par ao ed para ele ficar bravo, eu ja volto e falo a reação dele
    huahauahua
    eu sou muito má........  

  17. Anônimo disse...

    hahahaha
    hahahahaahha

    Aiii
    Olha só o que eu fiz!!!
    Despertei a contadora de lascívias na mainha!
    hahahaha

    (eu achei que ela empolgou super, né não??? rss)  

  18. Anônimo disse...

    Meninossssssss,cês não viram nada, tô já elaborando um início, meio e QUASE fim pra um conto pra lá de lascivo...hehe
    .
    Gente, não aceito: Mahhh tá perdendo essa putaria toda... hahaha
    beijosssss moçada.
    Hoje é sexta-feira, filha grande voltando pra formatura de filha pequena que - tadinha - tá de dor de garganta e cólica - ninguém merece.
    Parece, apenas parece que alguém rogou praga em mim...
    sai... sai que esse corpo não te pertence...
    uauuuuuuuuuuuuu  

  19. Unknown disse...

    muitas muitas muitas
    saudades da Mahhhhhhhh
    Rafaaaaa
    conversa comigo
    vc me abandonou
    carente
    :(