Zenélio tentou puxar assunto durante o trajeto, mas Layla foi enfática:- Com conversa é mais caro! Não quero ouvir sua voz! Ande! Zenélio ficou triste... triste a intrigado... que mulher era aquela?Cara de songa monga, mas atitude de uma titã. E uma boca que dava ordens e... ui! Quando estavam chegando perto do banco, Layla disse a ele:- Aqui está bom, não quero queimar o meu filme chegando com você... e depois, pela sua conversa, esperava algo... maior...E saiu dando uma gargalhada de pomba gira de centro de periferia. Ao entrar pela portaria dos fundos, a dos funcionários, Layla deu de cara com Zulmira, a antipática, que logo foi folgando:
- Você está atrasada Layla! Quinze minutos. Vou falar com a Dra Flávia sobre o seu atraso em plena terça-feira.
Layla respirou fundo. Zulmira, a antipática, era uma recepcionista antiga que ambicionava ser gerente e segundo diziam, estava até comprando um diploma de segundo grau, para ajudar na empreitada.Era futriqueira e adorava ver o circo pegando fogo com os palhaços chamuscados no final.Encarando-a nos olhos, Layla foi letal como uma víbora do deserto:
- Queridinha, primeiramente Dra Flávia não é doutora porque ela não fez nenhum doutorado, é apenas uma gerente."Segundamente" vá cuidar da sua vida e das suas varizes, porque sua perna está um verdadeiro mapa geográfico e por precaução tome sol no quintal de calça para não espantar as moscas. E "terceiramente", mais um pio eu vou falar que você transa com o sub gerente Aluísio em troca de favores... E "quartamente", de hoje em diante, quero metade de seus bifes para mim. Portanto, tudo o que tiver de bom em sua marmita é meu também... Estamos entendidas ou quer que eu comece um pequeno inferno agora?
- Mas... mas... mas... - hesitava Zulmira.
- Mas mascavo sua varizenta! E vamos trabalhar, porque o tempo urge. - declarou enfática Layla.
Foi quando Layla, ao se dirigir para a recepção do banco, cruzou olhares com Afrânio, o segurança que tinha um olho azul e outro cego...Másculo e viril ele sempre lhe sorria com os olhos... Sem perder tempo, Layla se aproximou dele e lhe disse baixinho:
- Hoje quero ser sua! Dentro do seu fusca! Vinte reais... topa?Ah, e depois me pague um café com leite com pão de queijo.
- Eu... eu.. vou tentar fazer um vale... - disse Afrânio assustado.- Não tente. Consiga!
E Layla saiu rebolativa e determinada a ser feliz...Será que Afrânio conseguirá fazer o vale? E Layla caberá no fusca?E Zulmira terá grandes pedaços de bife em sua marmita para dar a Layla?

Como diria Madonna em Hung Up: "Time goes by, so slowly..."Nunca chegava a hora do almoço, a hora da Xepa...Layla estava diferente, atendia os cllientes masculinos com sorrisos e olhares furtivos e as mulheres com uma frieza calculada. O banco estava tranqüilo e com o tempo livre, Layla começou a pensar... Por que estou brigando por bifes da marmita de Zulmira?Por que estou tirando o pouco dinheiro do segurança Afrânio?Por que não arrecadar de quem realmente tem o poder, o cash, a bufunfa?Hein? Pensando nisso, seus olhos ambiciosos pousaram na mesa do gerente Euclides, que tinha um Astra 2003 cinza chumbo e uma casa de praia em Santos.Layla sempre sonhou em fazer amor em uma casa de veraneio, também em uma casa de montanha e por que não, em uma casa em construção?
Sem pestanejar e resoluta aproximou-se feito um tatu no cio da mesa do Sr. Euclides e disparou:
- Sr. Euclides. Bom dia! O senhor gostaria de me levar para almoçar? E tudo isso com direito a sobremesa... o senhor quer?
Ele levantou os olhos confusos e perguntou:- Como assim minha filha? Te levar para almoçar?- Eu escutei bem?
- Sim, o senhor escutou bem. Afinal, sei que tem dinheiro para comprar cotonetes de grife, cotonetes importados, destes que vendem em aeroportos.
- Vc está sem o seu ticket refeição? Quer um vale? Você pode me pagar no dia 05...- Não me chame de sua filha! Não sou sua filha! Me chame de sua fêmea, de sua menina. Quero ser sua, quero ser uma Euclidete.
- Você está passando bem? Você sempre me pareceu tão ajuizada, está envolvida com tóxico? Esses dias, eu vi no Globo Repórter que...
Sem pensar duas vezes, Layla lembrando da poderosa Alcione disparou:
- Meu vício é você, meu cigarro é você, eu te bebo, eu te fumo...- Mas, minha filha...- Eu faço coisas que sua esposa nunca fez...
Os olhos do Dr. Euclides brilharam...
- Ok, tem um restaurante por kg aqui perto, é lá que te levarei. Me espere na esquina do posto de gasolina, ok?
- Ok.
Layla saiu zombeteira e disse a Afrânio:
- Guarde os seus R$20,00, você irá precisar...
E disse a Zulmira:
- Engula os seus bifes e morra de indigestão...
E agora, Layla, que roupa colocar para o encontro? Layla já havia pensando nisto... faria um crediário no Bazar Odete...

4 deixaram-se | comente |:

  1. Anônimo disse...

    gente!

    A parte que eu mais gosto é a da Zulmira!
    hahaha
    Ela é tão digna, não é mesmo minha gente??
    hahaha  

  2. Rafael Freitas disse...

    Perdoem o sumiço do fim-de-semana...
    Ainda aguardando temas para a nova listinha, ok?!

    Pra esta semana, segue o tema que a LÔra postar!

    beijooooo  

  3. Anônimo disse...

    Então o cara que fala muito tem a coisa pequena??? Peraí, deixa eu relembrar...
    lá lá lá lá
    É, procede!!!
    hahaha
    Adorei Layla chamar a outra de varizenta... Ah se isso pega: "celulizenta","peitocaizenta","barriguzenta"
    .
    Filhote, o tema da Loira? E se ela não vier? sem tema?
    aiiiiii  

  4. Anônimo disse...

    prestenção:
    Eu preciso ler isso na íntegraaaa!!!
    (só amanhã =/)